segunda-feira, 16 de março de 2009

Quem foi Vladimir Herzog (1937-1975)

O jornalista Vladimir Herzog nasceu em Osijek na Croácia e chegou ao Brasil aos 9 anos de idade. Começou a carreira de jornalista em 1959 no jornal O Estado de São Paulo. Foi repórter, redator e finalmente chefe de reportagem do jornal. Em 1965, foi para Londres onde trabalhou como produtor e locutor da BBC. De volta ao Brasil trabalhou durante 5 anos como editor cultural da revista Visão. Em 1971 elaborou uma extensa reportagem de capa para a revista sobre os problemas das TVs educativas no Brasil. Em 1973 passou a trabalhar como secretário do jornal "Hora da Notícia" na TV Cultura e em seguida assumiu o cargo de diretor do departamento de telejornalismo. Nesta função começou a colocar em prática seu conceito de "responsabilidade social do jornalismo". Defendia que a TV Cultura tivesse um jornalismo profissional que não fosse "servil" ao estado e que mais do que "educativo" ou "cultural", fosse "público". Para Herzog, o jornalismo não deveria propor um "monólogo", mas um "diálogo com a sociedade", que superasse todo tipo de "paternalismo" e incorporasse "os problemas, esperanças, tristezas e angústias das pessoas às quais se dirige". Em 1975, enquanto buscava implementar suas idéias de um "jornalismo público", Vladimir Herzog foi chamado para depor no prédio do DOI-CODI, na rua Tutóia, para prestar esclarecimentos sobre o seu envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro. No DOI-CODI, foi brutalmente torturado sob o comando do capitão Ramiro e terminou assassinado quando se recusou a assinar o depoimento. Seu corpo foi arrastado até uma cela e pendurado numa grade simulando suicídio. O assassinato de Herzog transformou-se em escândalo nacional e foi decisivo para o movimento que levou à abertura política no Brasil. Em 1978, a Justiça declarou a união responsável por sua morte.

Fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2004/10/292474.shtml

Um comentário:

  1. Muito triste isso, você não poder expressar suas ideias e opiniões, essa parte histórica do Brasil realmente é uma parte negra, onde pessoas foram mortas injustamente e muitos até hoje não foram localizados seus corpos. Meu pai viveu bem esse periódo e disse que a polícia não podia vir ninguém conversando na rua que os já levavam para depor.

    ResponderExcluir