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segunda-feira, 27 de julho de 2009
Vingança feminina
Atiq Rahimi na Flip. Não resisti e tietei (de novo!).
Ao corpo inerte, com uma bala alojada na nuca, só resta ouvir. Confissões jamais pensadas, sequer sussurradas, de uma mulher que tem sua vida e sexualidade saqueadas por uma cultura cruel. Ele é a "pedra de paciência". Sem poder reagir, ouve até explodir. A ela, a vingança.
Leia Syngue Sabour - Pedra de Paciência, de Atiq Rahimi.
domingo, 26 de julho de 2009
Milton Hatoum revela Brasil invisível
Chico Buarque: anos-luz melhor como compositor
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Bernardo Carvalho na Flip
Não resisti e também tietei.
Para escrever seu mais recente livro, "O Filho da Mãe", o escritor Bernando Carvalho ficou um mês sozinho na Rússia, captando a atmosfera do lugar.
Para o escritor, o público não se interessa tanto pelo imaginário dos autores. Prefere livros baseados em fatos reais ou que tenham alguma ligação reconhecível com uma realidade do leitor.
Mas na literatura, o leitor viaja em diferentes culturas e essa é a melhor das possibilidades do livro. O deixar-se levar por uma história, independente de reconhecê-la dentro do seu próprio universo, faz do livro um barco "sem rumo, sem porto, sem vela".
Xinran: jornalismo de primeira
A jornalista Xinran foi uma grata surpresa na Flip. Não resisti e tietei.
Desde 1997, Xinran vive em Londres e só por isso conseguiu publicar o excelente livro "As boas mulheres da China", resultado de 20 anos de entrevistas que fez com ouvintes de seu programa de rádio. Em comum, as histórias contadas no livro carregam uma enorme carga de sofrimento e atrocidades que vitimaram as mulheres durante a Revolução Cultural (1966-1976) e a China comunista. O grande desafio da escritora foi fazer essas mulheres contarem suas histórias.
Para conseguir se aproximar das suas fontes e estabelecer com elas um diálogo, desde 1989 Xinran pinta apenas uma unha de vermelho. Tomadas de curiosidade, as pessoas chegam perto de Xinran para saber a razão daquele hábito estranho. Bingo! Começou a conversa.
"As boas mulheres da China" é uma aula de jornalismo. Imperdível. Uma pintura surreal. Para ler em um só fôlego.
"A mídia tem o poder de desorientar as pessoas" Xinran
O que fez da China uma nação em silêncio?
A resignação ao mandamendo de Confúcio: "Nunca questione ninguém", o sistema de leis rígidas e o temor a Mao, que era tratado como Deus.
O mestre
Gay Talese na Flip. Paraty, 2009. Não resisti e tietei.
O jornalista Gay Talese tem 77 anos, é filho de italianos e mora em Nova York. Um verdadeiro mestre do jornalismo.
Confira trechos de sua entrevista a Mário Sergio Conti durante a Flip, na tarde de 4 de julho, em Paraty:
"Sempre quis escrever a história de pessoas simples. Como jornalista, nunca quis estar nas manchetes de jornal e consegui não ser manchete."
"O terreno das pessoas comuns é ignorado por jornalistas e historiadores. Mas é o terreno dos escritores."
"Eu queria ser um jornalista que não escreve notícias. Eu era um rebelde."
"As pessoas que me interessavam estavam em volta de Sinatra."
"Sempre quis escrever visualmente, como um escritor de ficção."
"[O livro] A Mulher do Próximo é resultado da curiosidade, do meu interesse pelas pessoas. Quando o escrevi, humilhei minha mulher."
"O jornalista tem que ter curiosidade, persistência, perseverança, transitar em vários níveis sociais e buscar sempre a verdade."
O jornalista Gay Talese tem 77 anos, é filho de italianos e mora em Nova York. Um verdadeiro mestre do jornalismo.
Confira trechos de sua entrevista a Mário Sergio Conti durante a Flip, na tarde de 4 de julho, em Paraty:
"Sempre quis escrever a história de pessoas simples. Como jornalista, nunca quis estar nas manchetes de jornal e consegui não ser manchete."
"O terreno das pessoas comuns é ignorado por jornalistas e historiadores. Mas é o terreno dos escritores."
"Eu queria ser um jornalista que não escreve notícias. Eu era um rebelde."
"As pessoas que me interessavam estavam em volta de Sinatra."
"Sempre quis escrever visualmente, como um escritor de ficção."
"[O livro] A Mulher do Próximo é resultado da curiosidade, do meu interesse pelas pessoas. Quando o escrevi, humilhei minha mulher."
"O jornalista tem que ter curiosidade, persistência, perseverança, transitar em vários níveis sociais e buscar sempre a verdade."
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